domingo, 10 de agosto de 2014

Cândido Portinari


   Filho dos imigrantes italianos, Giovan Battista Portinari e Domenica Torquato, Cândido Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, numa fazenda de café nas proximidades de Brodowski, interior de São Paulo. Com a vocação artística florescendo logo na infância, Portinari teve uma educação deficiente, não completando sequer o ensino primário. Aos 14 anos de idade, uma trupe de pintores e escultores italianos que atuavam na restauração de igrejas, passa pela região de Brodowski e recruta Portinari como ajudante. Seria o primeiro grande indício do talento do pintor brasileiro.1
   Aos 15 anos, já decidido a aprimorar seus dons, Portinari deixa São Paulo e parte para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Durante seus estudos na ENBA, Portinari começa a se destacar e chamar a atenção tanto de professores quanto da própria imprensa. Tanto que aos 20 anos já participa de diversas exposições, ganhando elogios em artigos de vários jornais. Mesmo com toda essa badalação, começa a despertar no artista o interesse por um movimento artístico até então considerado marginal: o modernismo.
   Um dos principais prêmios almejados por Portinari era a medalha de ouro do Salão da ENBA. Nos anos de 1926 e 1927, o pintor conseguiu destaque, mas não venceu. Anos depois, Portinari chegou a afirmar que suas telas com elementos modernistas escandalizaram os juízes do concurso. Em 1928 Portinari deliberadamente prepara uma tela com elementos acadêmicos tradicionais e finalmente ganha a medalha de ouro e uma viagem para a Europa.

Da esquerda para a direita: Cândido Portinari, Antônio Bento, Mário de Andrade e Rodrigo Melo Franco. Rio de Janeiro1936.
Os dois anos que passou vivendo em Paris foram decisivos no estilo que consagraria Portinari. Lá ele teve contato com outros artistas como Van Dongen e Othon Friesz, além de conhecer Maria Martinelli, uma uruguaia de 19 anos com quem o artista passaria o resto de sua vida. A distância de Portinari de suas raízes acabou aproximando o artista do Brasil, e despertou nele um interesse social muito mais profundo.
Em 1931 Portinari volta ao Brasil renovado. Muda completamente a estética de sua obra, valorizando mais cores e a ideia das pinturas. Ele quebra o compromisso volumétrico e abandona a tridimensionalidade de suas obras. Aos poucos o artista deixa de lado as telas pintadas a óleo e começa a se dedicar a murais e afrescos. Ganhando nova notoriedade entre a imprensa, Portinari expõe três telas no Pavilhão Brasil da Feira Mundial emNova Iorque de 1939. Os quadros chamam a atenção de Alfred Barr, diretor geral do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA).
A década de quarenta começa muito bem para Portinari. Alfred Barr compra a tela "Morro do Rio" e imediatamente a expõe no MoMA, ao lado de artistas consagrados mundialmente. O interesse geral pelo trabalho do artista brasileiro faz Barr preparar uma exposição individual para Portinari em plena Nova Iorque. Nessa época, Portinari faz dois murais para a Biblioteca do Congresso em Washington. Ao visitar o MoMA, Portinari se impressiona com uma obra que mudaria seu estilo novamente: "Guernica" de Pablo Picasso.
Em 1952 uma anistia geral faz com que Portinari volte ao Brasil. No mesmo ano, a 1° Bienal de São Paulo expõe obras de Portinari com destaque em uma sala particular. Mas a década de 50 seria marcada por diversos problemas de saúde. Em 1954 Portinari apresentou uma grave intoxicação pelo chumbo presente nas tintas que usava.

Participação política

Portinari foi ativo no movimento político-partidário, inclusive, candidatando-se a deputado federal em 1945 pelo PCB e a senador, em 1947 , pleito em que aparecia em todas as sondagens como vencedor, mas perdendo com uma pequena margem de votos, fato que, aventou-se suspeitas de fraude para derrotá-lo devido o cerco aos membros do Partido Comunista Brasileiro

A morte

Desobedecendo as ordens médicas, Portinari continuava pintando e viajando com frequência para exposições nos Estados UnidosEuropa e Israel. No começo de 1962 a prefeitura de Barcelona convida Portinari para uma grande exposição com 200 telas. Trabalhando freneticamente, a intoxicação de Portinari começa a tomar proporções fatais. No dia 6 de fevereiro do mesmo ano, Cândido Portinari morre envenenado pelas telas que fizeram seu sucesso, já que, tinha claustrofobia e desmaiava no "corredor" de telas. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.
Seu filho João Candido Portinari hoje cuida dos direitos autorais das obras de Portinari
     
Portinari As obras de Cândido Portinari    
                                                                  Cândido Portinari  
Entre suas maiores obras estão os painéis Guerra e Paz, pintados entre os anos de 1952 e 1956. Na época, os painéis foram encomendados pelo governo brasileiro como presente para a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), localizada em Nova Iorque. Os dois painéis medem 14 m x 10 m cada e retratam cenas alegria e tristeza que impressionam pela riqueza de detalhes.
img 5509 As obras de Cândido Portinari   
2581 As obras de Cândido PortinariMestiço (1934)
2744 As obras de Cândido Portinari Lavrador de café (1934)
1191 As obras de Cândido Portinari Café (1935)
938 As obras de Cândido PortinariFutebol (1940)
1863 As obras de Cândido PortinariBrodowski (1942)
1079 As obras de Cândido PortinariDescobrimento do Brasil (1954)
67 As obras de Cândido PortinariBanda de Música (1956)
1211 As obras de Cândido Portinari Dom Quixote Cavaleiro Andante (1956)
988 As obras de Cândido PortinariJesus entre os doutores (1957)
1496 As obras de Cândido PortinariCrianças brincando (1960)    
     


postado por Ana Carolina Veloso Alves.

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